Ano: 2004, 2005 e 2006
Produção: Gávea Filmes
Direção: Michel Melamed
REGURGITOFAGIA
(Trilogia Brasileira parte I)
Regurgitar: expelir, fazer sair (o que em uma cavidade está em excesso, principalmente do estômago).
Fagia: Comer.
Oswald de Andrade, no Manifesto Antropófago de 1928, aludia à deglutição do Bispo Sardinha pelos índios antropófagos, para propor que, inspirados neles, deglutíssemos as vanguardas europeias a fim de criarmos uma arte genuinamente brasileira.
E hoje? Continuamos a ‘deglutir vanguardas’ ou tem-nos sido empurrada goela abaixo toda a sorte de informações? Conceitos? Produtos?
Em suma, o que fazer com a impossibilidade de assimilação, o estado de aceleração, a síndrome do excesso de informação(dataholics), os milhões de estímulos visuais, auditivos, diários, que crescem em ritmo diametralmente oposto a reflexão?
REGURGITOFAGIA: ‘Vomitar’ os excessos a fim de avaliarmos o que de fato queremos redeglutir. A ‘descoisificação’ do homem através da consciência crítica, a ‘ignorância’ programada’, como quando como quanto quero: “extra! Extra! a mídia acabou! a mídia acabou!” pra você que não desapareceu em 68 só porque não era nascido: (…).
Assim começa o manifesto apresentado no espetáculo REGURGITOFAGIA – baseado no livro homônimo – que estreou em abril de 2004 no Rio de Janeiro, tendo sua temporada prorrogada diversas vezes, totalizando mais de dois anos em cartaz em algumas das principais capitais do Brasil e do mundo (Nova York, Paris, Berlim) tornando-se um fenômeno de público e crítica.
AGENDA
RJ – Sérgio Porto – Abril de 2004
RJ – Teatro Cândido Mendes – 2004
SP – Sesc belenzinho – Março de 2005
Paris – Junho de 2005
NY – 1 à 5 de Março de 2006
Koblenz – 25 e 26 de Agosto de 2006
Brasília – Teatro da Caixa
DINHEIRO GRÁTIS
(Trilogia Brasileira parte II)
GARGALHADA NA CERTA. Talvez Mas, aqui esta frase é apenas um dos exemplos possíveis – no caso sobre o teatro – apresentados no espetáculo DINHEIRO GRÁTIS, a segunda parte da TRILOGIA BRASILEIRA iniciada com o espetáculo REGURGITOFAGIA e que visa dar continuidade e aprofundar os seguintes objetivos.
E, finalmente, sustentar que toda obra de arte é engajada, como efeito do fato de todo e qualquer ato ser um ato político, e, que, portanto, a arte tem um compromisso com a transgressão dos valores estabelecidos a fim de redimensionar o olhar, ampliar as perspectivas, estimular a reflexão e, desse modo, produzir a subjetividade necessária para o desenvolvimento da criatividade – potencia e afirmação das diferenças, nossa riqueza maior.
Assim, DINHEIRO GRÁTIS se propõe a questionar o processo da mercantilização e deterioração das relações sociais e suas consequências.
Se tudo tem um preço e o ser humano é tratado como mercadoria, aqui, então, o dinheiro será tratado como gente. Sras. E Srs. Abram seus corações, bolsas e bolsos, pela primeira vez na história da humanidade: DINHEIRO GRÁTIS. Façam suas apostas…
AGENDA
SP – Teatro Tucarena – Julho de 2006
RJ – Arena do Espaço Sesc – Janeiro de 2006
SP – Sesc Paulista – Abril 2006
HOMEMÚSICA
(Trilogia Brasileira parte final)
Entre a palavra falada e cantada é que primordialmente se desenvolve Homemúsica. “Quando é que a palavra falada vira música? Ou já é música? E então a melodia cantada também poder ser sentida e pensada como falada. Esse é um dos meus principais interesses neste trabalho“, afirma Michel.
Na fronteira entre um espetáculo teatral e um espetáculo musical, o enredo é todo entremeado por números musicais. Acompanhado por um power trio (guitarra, baixo e bateria), na guitarra e vocais Michel apresenta canções de sua autoria, parcerias, além de versões de Manu Chao e New Order. Para levar ao palco tentativas de ilustrar o que seria esse Homem-Orquestra, que é o protagonista, o ator se abastece de uma infinidade de instrumentos musicais, imagens e “engenhocas sonoras”, como um equipamento eletrônico que o envolve e emite sons de percussão conforme Michel “batuca” em seu próprio corpo.
No fundo do cenário, um telão dialoga com a cena projetando frases, imagens e vídeos, como um grande livro aberto no palco. “A idéia do telão surgiu exatamente deste ponto G, desta fronteira entre a palavra e a música. Aos poucos o livro foi ganhando outras formas, justamente para pensar sobre a questão da sonoridade do texto”, diz o poeta.
AGENDA
RJ – CCBB – 03 de Setembro à 28 de Outubro de 2008
SP – Teatro Anchieta do Sesc Consolação – Março de 2009
RJ – Teatro Sesc Ginástico – 25 à 28 de Junho de 2009
Brasília – CCBB – 03 à 19 de Agosto de 2009